Volta às aulas presenciais da Educação Infantil evidencia falhas nos protocolos de higienização
O retorno presencial da Educação Infantil em meio à pandemia do novo Coronavírus foi iniciado ontem, dia 17 de maio. Também houve a ampliação do atendimento aos demais níveis de Ensino. A Prefeitura providenciou diversos insumos de limpeza e equipamentos de proteção individual com tal finalidade. No entanto, a situação das unidades está longe de ser adequada para o retorno neste momento.
Além de álcool gel vencido e máscaras sem certificação, o mais preocupante é a falta de limpeza das unidades. A realização desta tarefa fundamental para preservação das vidas tem deixado muito a desejar pelo número de pessoas disponíveis, a fim de desempenhar esta atividade e também pelo horário que cumprem.
SINDICATO EM AÇÃO
O Sindicato acompanha de perto a situação da higienização nas diversas unidades, desde o início do retorno ao ensino presencial. Verificou-se a quantidade de profissionais responsáveis pela limpeza, assim como as desinfecções previstas no protocolo de retorno. As Escolas passam por desinfecção apenas na área externa e não está sendo feita três vezes na semana, conforme previsto. Algumas unidades contaram com uma única pessoa para realizar a limpeza nas duas primeiras semanas. A Escola Odete, por exemplo, não tinha até a semana passada ninguém fixo na limpeza. Recebia uma equipe, uma vez no dia, que fez apenas a limpeza dos banheiros.
HORÁRIO
O horário dos profissionais responsáveis pela limpeza também não contribui. A equipe cumpre o horário das 7 às 17 horas. Ocorre que os alunos chegam nas unidades às 7 e saem às 17h30. Deste modo, no horário de entrada, as salas de aula e refeitório ainda não foram higienizados e provavelmente foram utilizados no dia anterior. Ou seja, os alunos do período da manhã estão sendo recebidos no ambiente escolar sem a devida higienização. Além disso, a quantidade insuficiente de pessoas para limpeza acarreta a falta de higienização do refeitório entre as turmas do mesmo período.
Em escolas que fazem três horários de intervalo, por exemplo, o último grupo de alunos a fazer a refeição vai comer na mesa já utilizada pelos outros dois grupos, sem passar por uma limpeza. O mesmo ocorre com os banheiros, pois não serão limpos em intervalos satisfatórios.
OS PROBLEMAS CONTINUAM
Agora, na terceira semana do retorno, a preocupação somente aumenta e não vemos os problemas e dificuldades das duas primeiras semanas serem resolvidos. Pelo contrário, os problemas permanecem e com um maior número de alunos nas unidades os riscos serão cada vez maiores.
Com o retorno da Educação Infantil a preocupação é ainda mais justificada. As crianças pequenas não mantêm o distanciamento dos colegas, não entendem que não podem ter colo. Alguns ainda levam os objetos para a boca. Com a quantidade insuficiente de profissionais na limpeza os objetos não estarão sendo devidamente higienizados.
Devemos considerar ainda que a vacinação dos profissionais da Educação está paralisada. A proposta de vacinar profissionais com idade igual ou acima de 47 anos é insuficiente para trazer segurança efetiva ao ambiente escolar. E mesmo essa proposta não foi efetivada. A quantidade de vacinas previstas não corresponde ao disponibilizado.
Acompanhamos também os números de óbitos e ocupação hospitalar. Neste período, a ocupação hospitalar cresceu e atingimos 28 pacientes na UTI (Covid-19) e alcançamos o total de 198 óbitos pelo novo Coronavírus.
Diante de todo este cenário, novamente solicitamos às autoridades responsáveis que reconsiderem esta decisão e assim preservem as vidas de nossos alunos, profissionais da Educação e cidadãos paulinenses.
Volta às aulas presenciais somente com as duas doses da vacina para TODOS!
